quarta-feira, 8 de abril de 2015

Chá de Casa Nova

Postado por Unknown às 11:43 0 comentários
“Tomara que alguém seja feliz nessa casa, porque eu nunca fui”. Era 6 de abril de 2015, há quase vinte e cinco anos, o filho mais velho estava prestes a nascer. Gravidez indesejada, mãe adolescente, parou de estudar, casamento rápido. Não era isso que se imaginava ser o melhor. Mas a vida não era tão promissora naqueles tempos. Pelo menos, ela estudou. Já casada e com mais dois filhos além do primeiro, formou-se na faculdade quando a filha mais nova tinha 7 anos. E tudo aconteceu naquela casa que contruíram juntos.
Não se sabe bem o que dizer a respeito do casal. Nem de longe pareciam uma família perfeita. Mas a mãe tentava dizer que sim. O marido a traía com as empregadas, saía para bailes, os vizinhos comentavam. Rápidas separações ocorreram. Até que veio a definitiva.
Um turbilhão. Os filhos não entenderam. Os mais novos foram deixados de lado, moraram com os avós, ficavam na casa de colegas, e ninguém os ajudava a entender. Os mais velhos, serviam como iscas para ambos os lados. Sim, tinham dois lados. O que havia sido um, voltava a ser dois. Que confusão!
Imagine só, uma vida em torno de um casamento que não deu certo. E foram dezoito anos, mas ficam pra vida toda. Os filhos, revoltados ou esquecidos, são pra vida toda. As fotos, que não forem queimadas, duram quase a vida toda. Os traumas e lembranças, até depois da eternidade. A infelicidade, não se sabe o quanto. A frustração, depende da pessoa. Ter, pelo resto da vida uma pessoa pra chamar de “traste”, “cafajeste”, “sem-vergonha” e até “lixo”. Isso é ter um ex-marido.

E quando ela finalmente consegue um comprador pra casa antiga, onde foi casada e morou por 18 anos, onde seus filhos brincaram e perderam os dentes de leite, onde os filhos moços levaram as primeiras namoradinhas, olha em volta e diz com convicção “Nunca fui feliz nessa casa”. A filha questiona tal infelicidade e tem como resposta que talvez em festas ali, aniversários e nascimentos ela foi feliz. Mas de verdade mesmo, não.  

quarta-feira, 25 de março de 2015

A Geração Ansiosa

Postado por Unknown às 13:09 1 comentários
A juventude é considerada uma dádiva. Vivê-la é, para os jovens atuais, uma missão inenarrável. Entre festas e futilidades, constroem uma identidade distorcida em um carpe diem constante. Prometemos ganhar o mundo, mas não solucionamos nossas crises de identidade. Assim, pessimismo e realidade se fundem e a realidade parece findar a cada noite. Uma fuga de realidade à cada noite, para um deprimente despertar todas as manhãs. Sem limites e sem censura, os Millenials têm pais ausentes são substituídos pelos aplicativos, redes sociais e celulares de última geração. O jovem sente-se cada vez mais jovem, a maturidade é atraso.
            Para os Millenials, tudo o que deve ser tratado com seriedade é chato. Exemplo de tal comportamento encontramos nas Universidades de todo o mundo. Bares e festas em torno do campus se tornam mais movimentados que as salas nas sextas-feiras. Aliás, não só nas sextas. Que profissionais serão esses? A geração Y crê que pode fazer tudo ao mesmo tempo. Crê que pode juntar responsabilidade ao prazer, não afetando o lazer ou o trabalho, ledo engano. Com uma produtividade duvidosa, seguimos a rotina. Tudo ao mesmo tempo.

            Mesmo que pensemos “nasci na época errada”, não conseguimos deixar de ser afetados pelo comportamento de nossos amigos e colegas. Na música “Now Generation” (“A Geração do Agora”, em português), A banda americana Black Eyed Peas contextualiza a geração atual citando seus produtos e desejos. A Geração do Agora quer internet rápida, permanecer conectada, tem o Google como seu professor e claro, precisa de todo o dinheiro para bancar seu consumismo destrutivo. 

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Sobre o tempo

Postado por Unknown às 11:50 0 comentários
As definições e sensações mais confusas e exploradas são dadas pelo tempo. O que é tempo demais, o que parece ser perda de tempo, o querer ter mais tempo pra tudo ou desejar que a vida passe mais devagar, tudo se encontra ainda nesses últimos 15 minutos que tive pra escrever esse texto.
É intrigante pensar que três horas em uma festa é pouco, mas três horas parada no trânsito é muito tempo. Quando se está com quem gosta nem se vê o tempo passar, mas quando tudo termina cada segundo é eterno. Como quem quer ver a vida passar devagar, paramos pra escutar e ver quem não tem nada de acrescentador a dizer.

Isadora Calônico

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Eros versus Ágape

Postado por Unknown às 17:56 0 comentários
A insistência de Eros em ser maior que Ágape iniciou esse debate. Na verdade, Eros quer ser maior que tudo. E na maioria das vezes consegue, mas não por muito tempo. A sua principal característica é sua grande frustração: ser efêmero.

“Eros, como você é orgulhoso” bradou Ágape

“Mas eu sei exatamente o que sou. Não preciso nem peço conselhos ou objeções.” Respondeu.

“E aí está o seu erro. Você tem um ego enorme. Ultrapassando a auto-estima.”

“Veja bem, Ágape. Eu sou aquilo que as pessoas fazem de mim. Não tenho culpa se me procuram mesmo quando não estão bem consigo mesmas. Eu só queria ajudar.”

“Você só atrapalha, na maioria das vezes. E confunde. Confunde muito. Por favor, Eros, ponha-se no seu lugar e pare de tentar ser Ágape. Só há um amor que redime, que está além de todos os outros, das aparências, do medo, da solidão e do vazio da alma. O amor que transpassa o coração do aflito como a luz do pôr-do-sol transpassa a janela da sala e a ilumina sem aturdir os que estão presentes.”

Eros se entristece com facilidade:
“Mas eu já disse que não sou culpado! Minhas intenções são sempre as melhores. E eu bem queria que durasse pra sempre...”

Ágape é o consolador, mas também é justo. Não deixa de ser inteligente e coeso em suas palavras. Contudo, quando deve falar a verdade, não pensa duas vezes. Sendo duro porém claro em suas observações:
“O teu querer, Eros, ele muda intensamente. Você sempre tem as melhores intenções mas não as cumpre sem o meu auxílio. Você é sempre tão jovem que não sabe lidar com seus planos. Você busca felicidade ao invés de sabedoria. Não digo que é pecado buscar felicidade, mas se ela não vir acompanhada de sabedoria, não tem validade alguma.”

Eros não responde, absorto em pensamentos. Ágape continua:
“Sabe qual é o seu problema? Sempre tentas te resolver por ti mesmo. Nunca te vi pedir auxílio.”

“Então agora pedir-te-ei ajuda. O que me sugeres?"

“Conte comigo. Confie em mim e me entregue seus planos. Eu o ajudarei e orientarei sempre que pedires. E quando forem a ti, faça-os virem a mim primeiro. Não digo que farei todas as tuas vontades, mas uma coisa eu sei: confiando em mim durarás a pretendida eternidade. ”

Assim, estando de acordo, Eros e Ágape vivem em paz.
 Isadora Calônico

Por que nós?

Postado por Unknown às 08:51 0 comentários
Fomos serenos num mundo veloz
Nunca entendemos então por que nós
Só mais ou menos


domingo, 28 de dezembro de 2014

Poema embaralhado

Postado por Unknown às 20:18 0 comentários

Quando não se consegue organizar pensamentos e sentimentos para escrever, outras pessoas falam por você. Há sempre alguém, em lugar lugar, sentindo o mesmo. Apesar de sermos todos iguais. Mas, nem tanto.



segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Realismo brasileiro - A Macieira

Postado por Unknown às 10:05 0 comentários
"Mulheres são como maçãs em árvores.
As melhores estão no topo
Os homens não querem alcançar essas boas, porque eles têm medo de cair e se machucar.
Preferem pegar as maçãs podres que estão no chão, que não são boas como as do topo, mas são fáceis de se conseguir.

Assim as maçãs no topo pensam que algo está errado com elas, quando na verdade, eles estão errados...

Elas têm que esperar um pouco para o homem certo chegar, aquele que é valente o bastante para escalar até o topo da árvore."

Machado de Assis
 

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